138
mulheres tiveram medida protetiva expedida, sendo que dessas 47 foram revogadas
e 81 estão em vigor. Esse número aumenta ano a ano.
Neste ano de 2019, a Sejusp
(Secretaria de Segurança Pública e Justiça de Mato Grosso do Sul) registrou 21
casos de mulheres que foram mortas por seus companheiros ou ex-companheiros.
Isso significa um aumento de 35% em relação ao mesmo período no ano passado.
O crescimento dessa
estatística assusta e mobiliza poder público e a sociedade no enfrentamento e
combate a violência doméstica e familiar com a realização de várias campanhas
de conscientização e divulgação das políticas públicas desenvolvidas no
município. Neste mês, as atenções estão voltadas ao “Agosto Lilás” e o Centro
de Atendimento à Mulher (CAM) é uma das instituições parceiras nesta
iniciativa.
O CAM presta o acolhimento e
acompanhamento contínuo gratuito às mulheres vítimas de violência e foi criado com
a missão de torna-las mulheres protagonistas dos seus direitos. Para isso, existe
uma equipe multiprofissional formada por assistente social, psicóloga, pedagogas
e educador social, que realizam palestras nas escolas, unidades de saúde, além
de oferecer o suporte e os encaminhamentos que elas precisam.
Atualmente, o CAM presta assistência a
157 mulheres. A violência doméstica atinge as mulheres de qualquer classe
social e escolaridade. Os dados ainda mostram que os principais tipos de
violência acometidos são: violência física (83 casos), seguida da psicológica
(70) e moral (21), além da violência patrimonial (7) e sexual (1).
O atendimento ocorre de forma
espontânea ou por demandas de parceiros como a Delegacia da Mulher ou
encaminhamentos pela rede de atendimento como CRAS, CREAS e defensoria pública.
Na análise da subsecretária Sonia
Rodrigues, o resultado desse trabalho integrado é que os casos de feminicídio no
município não acontecem com a mesma frequência do que em outras localidades. Nova
Andradina é referência na prevenção e combate à violência doméstica e o CAM tem
um papel fundamental neste processo.
“Primeiro é feita a triagem para avaliar
como a violência se deu e se a vítima está disposta a seguir em frente contra o
agressor. A partir deste depoimento, os profissionais montam um plano de ação
para saber de que forma devemos intervir naquela situação de violência”,
explica a assistente social, Sonia.
Já as abordagens da psicóloga e da
assistente social têm o objetivo de ajudar no resgate da autoestima e no empoderamento
dessa mulher, por meio de atividades como o Grupo Arte Terapia, que estimula a
autonomia, e do encaminhamento a projetos sociais.
Medidas
protetivas
As medidas protetivas são aplicadas
após a denúncia de agressão feita pela vítima à Delegacia de Polícia Civil,
cabendo ao juiz determinar a execução desse mecanismo em até 48 horas após o
recebimento do pedido da vítima ou do Ministério Público.
Esse é um dos mecanismos criados através
da Lei Maria da Penha para tentar prevenir a violência doméstica e familiar,
assegurando que toda mulher consiga ter uma rotina tranquila, sem violência,
preservando a saúde física e mental dela e também dos filhos, se for o caso.
Segundo dados do CAM, 138 mulheres
tiveram medida protetiva expedida, sendo que dessas 47 foram revogadas e 81
estão em vigência. Esse número aumenta ano a ano.
De acordo com a Secretária Executiva
de Políticas Públicas para a Mulher, Julliana Ortega, o aumento no número de medidas protetivas se deve à
política de acolhimento e ao pronto atendimento à mulher vítima de violência
doméstica. Para ela, a resposta imediata do judiciário a essa demanda contribuí para que a
mulher busque ajuda, se
sinta acolhida e tenha confiança de denunciar seu agressor.
“O nosso diferencial é
realmente atender essas pessoas e acompanhá-las diariamente até conseguirem
seguir em frente com uma nova vida, contribuindo para o fortalecimento da
mulher e o resgate de sua cidadania”, explica a secretária Julliana Ortega.
Atendimento psicológico
Uma das principais dificuldades em
casos que envolvem a violência contra a mulher é a de recuperar a autoestima da
vítima. É uma responsabilidade e tanto para a psicóloga Camila Moreno Lima
minimizar o trauma com um atendimento mais humanizado.
“Muitas vezes elas chegam com
dificuldade de falar sobre o assunto, pois boa parte já sofreu vários episódios
de violência doméstica. Porém, quando a mulher se sente acolhida, começa a ter
mais confiança e se sentir à vontade para desabafar sobre o sofrimento”, falou
a psicóloga.
Denunciar é fundamental
Em casos de denúncia de violência
contra a mulher, o CAM fica localizado na Rua Santa Lucia, 1058, na área central.
O contato pode ser realizado por telefone (67) 3441-7600.
A denúncia também pode ser realizada de
forma anônima pelo Disque-Denúncia 100 ou ligando para o 190 da Polícia
Militar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário