Em MS, foram
apreendidos 761 mil arquivos de pedofilia.
Realizada
simultaneamente em Mato Grosso do Sul e mais 14 estados brasileiros, além do
Distrito Federal, e em seis países, a quinta fase da Operação Luz na Infância
resultou, até o início da tarde de hoje (4), na prisão de 35 pessoas suspeitas
de participação nos crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e
adolescentes pela internet.
Segundo o
Ministério da Justiça e Segurança Pública, 32 suspeitos foram detidos em
flagrante no Brasil. Outros três foram presos no exterior, sendo um nos Estados
Unidos e dois no Paraguai.
Dos
suspeitos autuados em território brasileiro, sete foram localizados em São
Paulo e seis em Santa Catarina. No Distrito Federal, foram presas quatro
pessoas, enquanto em Alagoas, três pessoas foram detidas.
Em Mato
Grosso do Sul, Pará e Paraná foram efetivadas duas prisões em flagrante em cada
estado. Amazonas, Ceará, Mato Grosso, Amapá, Rio de Janeiro, Maranhão
registraram, cada um, uma detenção.
Além das
duas prisões em MS,ocorridas em Campo Grande e Aquidauana, foram apreendidos
761.368 arquivos de pedofilia. Os autores são suspeitos de armazenar e
compartilhar conteúdos com fotos e vídeos de exploração sexual de crianças e
adolescentes.
No total,
foram expedidos mandados de busca a apreensão contra 105 alvos sob investigação.
As ações coordenadas pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública contam com
o apoio das polícias civis de 11 unidades da federação, além da Polícia Federal
(PF) e das autoridades do Chile, El Salvador, Estados Unidos, Equador, Panamá e
do Paraguai.
Mais cedo, o
coordenador do Laboratório de Inteligência Cibernética do Ministério da Justiça
e Segurança Pública, Alessandro Barreto, declarou que o número de mandados de
busca e apreensão expedidos pelo Poder Judiciário teria sido maior se os
investigadores não se deparassem com uma dificuldade adicional às já
complicadas investigações de crimes cibernéticos: o fato de provedores de
conexão a internet oferecerem um mesmo IP (do inglês internet protocol), ou
seja, um único protocolo de internet a vários equipamentos (computador,
servidor, celular, tablet ou qualquer outro dispositivo conectado à rede)
atrapalha as investigações, dificultando a identificação dos suspeitos.
"Asseguro
a todos vocês que os números [de mandados de busca e apreensão] poderiam ser
maiores. Poderíamos ter mais operações de busca e apreensão sendo feitas neste
momento", disse Barreto.
Leis
Barreto
defendeu a necessidade de os legisladores brasileiros aprovarem penas mais
severas para quem comete crimes cibernéticos contra crianças e adolescentes. A
título de comparação, ele explicou que cada país participante desta fase da
Operação Luz na Infância tem leis próprias para lidar com a exploração e o
abuso sexual de crianças pela internet. A do Brasil e a do Chile, segundo
Barreto, são das mais brandas do grupo. Enquanto no Brasil alguém que
compartilhe esse tipo de material pela internet está passível de ser punido com
prisão de três a seis anos, em El Salvador a sanção legal pode variar entre
seis e 12 anos de reclusão. Nos Estados Unidos, o compartilhamento de conteúdo
pode levar alguém a passar acima de 15 anos na cadeia. A mesma lógica se aplica
à produção e ao armazenamento do material.
"Mas o
mais importante é a prevenção. A repressão tem que ser adequada para que
tenhamos um ambiente cibernético mais seguro e para que todos possam navegar
com tranquilidade. Mas a prevenção deve começar dentro de casa. Os responsáveis
legais pelas crianças têm que estar atentos ao que seus filhos estão fazendo
on-line, pois a internet é um terreno fértil para o cometimento de vários
crimes e onde há milhares de predadores à solta", acrescentou Barreto.
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