Com o resultado da
votação, a PEC 98/2019 volta para a Câmara dos Deputados, que precisará
confirmar mudanças feitas no texto
Os prefeitos
de Mato Grosso do Sul comemoraram, nesta terça-feira (3), a aprovação da PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que permite que o governo federal
compartilhe com estados e municípios os recursos arrecadados nos leilões do
pré-sal.
Com o
resultado da votação, a PEC 98/2019 volta para a Câmara dos Deputados, que
precisará confirmar mudanças feitas no texto.
'Notícia
boa, 74 votos, aprovada a repartição da cessão onerosa do petróleo aos
municípios pelos critérios do FPM', postou no grupo de WhatsApp dos prefeitos o
presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, Pedro
Caravina, referindo-se ao Fundo de Participação dos Municípios.
Caravina,
que é prefeito de Bataguassu e membro do Conselho Político da CNM (Confederação
Nacional de Municípios), viaja com frequência a Brasília para defender essa e
outras matérias de interesse dos municípios em tramitação no Congresso
Nacional.
Vários
outros prefeitos e prefeitas se manifestaram com a aprovação da matéria, como
Itamar Bilibio (Laguna Carapã), Marquinhos do Dedé (Vicentina), Manoel Viais
(Caracol), Elizângela Biazotti, Laka (Juti), e Carlos Pelegrini (Tacuru).
A PEC tem a
ver com a cessão onerosa (Lei 12.276, de 2010), procedimento pelo qual o
governo garantiu à Petrobras o direito de explorar por 40 anos uma área do
pré-sal por contratação direta, sem licitação. Em troca, a empresa antecipou o
pagamento de R$ 74,8 bilhões ao governo.
Com a
descoberta posterior de um volume maior do combustível fóssil na região, o
valor foi ajustado para cerca de R$ 70 bilhões, por conta da desvalorização do
preço do barril de petróleo.
Segundo os
termos da proposta, R$ 10,5 bilhões (15% da arrecadação com a cessão onerosa)
serão destinados aos municípios, e outros R$ 10,5 bilhões, aos estados e ao
Distrito Federal.
Essas fatias
serão distribuídas entre os entes federativos a partir dos critérios que regem
os fundos de participação (FPM e FPE).
Dessa forma,
serão privilegiados os estados e municípios com as menores rendas per capita.
Uma terceira
parcela, de R$ 2,1 bilhões (ou 3% do total), será repassada aos estados que
abrigam jazidas de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos. Essa parcela
será distribuída em proporção ao resultado apurado de exploração desses
recursos.
A medida é
necessária porque a transferência do que é arrecadado pelo pré-sal é
contabilizada no cálculo das despesas primárias do Orçamento federal. Quando a
parcela esbarra no teto de gastos da União, não há o repasse.
A proposta
modifica a regra dos limites de despesas primárias para evitar que essas
transferências entrem na conta do teto.
Através de
um acordo entre os senadores, a PEC foi votada em dois turnos na mesma sessão,
com a dispensa dos prazos regimentais. Como ela veio da Câmara e foi modificada
pelo Senado, precisa voltar para que os deputados confirmem a nova versão.
Divisão - A
divisão do montante seguindo os critérios de divisão proporcional do FPM e do
FPE é o principal mérito da proposta, como destacou o presidente da CNM,
Glademir Aroldi, momentos antes à votação.
Ele esteve
nos gabinetes para entregar documento assinado com os presidentes das entidades
municipalistas estaduais pedindo a aprovação da PEC.
Além disso,
Aroldi acompanhou a sessão plenária, onde esteve com os senadores Otto Alencar
(PSD-BA), Lasier Martins (Podemos-RS), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Irajá
(PSD-TO), Marcelo Castro (MDB-PI).

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